O QUE É HÉRNIA INGUINAL?
Hérnia inguinal é quando os pais ou o pediatra notam um abaulamento na região inguinal (virilha) de meninas ou meninos e na bolsa escrotal do menino. Este abaulamento cresce aos esforços, como: choro, tosse, espirros, evacuação, práticas esportivas, andar de bicicleta, etc.
Ocorre em 1 a 5% das meninas, sendo seis a dez vezes mais frequentes nos meninos.
O QUE CAUSA ESTA HÉRNIA INGUINAL?
Vamos explicar primeiro o que ocorre nos meninos porque é mais frequente, e mais fácil de entender.
Durante a gravidez, na formação intra-uterina dos genitais masculinos, os testiculos são formados dentro do abdome da criança e eles vão descendo, quando no 8º mês forma-se um “canal” através da musculatura pelo qual os testículos descem até a bolsa escrotal. Este canal deve fibrosar e desaparecer até o nascimento. Caso isto não aconteça, ele permanece aberto, permitindo que as visceras passem por este canal.
Nas meninas este “canal” se forma para permitir a passagem do ligamento redondo (um dos mecanismos de fixação do útero) em direção aos grandes lábios.
PORQUE A HÉRNIA INGUINAL PRECISA SER OPERADA?
É necessária a cirurgia porque não existe a possibilidade de fechamento espontãneo deste “canal”.
A permanência do intestino dentro deste “canal” causa desconforto, impede a prática de esporte nas crianças maiores, prejudicando a longo prazo o desenvolvimento do testículo e principalmente pelo risco de encarceramento e estrangulamento da hérnia.
O QUE É O ESTRANGULAMENTO DE UMA HÉRNIA?
É quando as alças do intestino ficam presas dentro deste “canal”, e não recebem mais sangue, podendo necrosar, o que aumenta muito o risco anestésico e cirúrgico.
E COMO SABER SE A HÉRNIA ENCARCEROU?
O primeiro sinal é a dor intensa e continua, seguida por vômitos e febre. A criança para de evacuar e ao olhar o abaulamento na “virilha” estará maior, mais avermelhado e brilhante. Observa-se também que o abaulamento não reduz e não desaparece quando a criança para de chorar.
Se isto acontecer não dê mais alimentos para a criança e leve-a imediatamente a um Pronto Socorro Pediátrico ou procure um CIRURGIÃO PEDIÁTRICO.
QUAL O MOMENTO IDEAL PARA A CIRURGIA?
A cirurgia é indicada logo após ter sido confirmado o diagnóstico.
Serão iniciaimente realizados exames laboratoriais de rotina e o Pediatra avaliará se o paciente apresenta boas condições clinico-laboratoriais para a cirurgia.
COMO OS PAIS PODEM PREPARAR O FILHO PARA A CIRURGIA?
a) Em primeiro lugar os pais devem receber do CIRURGIÃO PEDlÁTRICO orientações que Ihes permitam conhecer como será realizada a cirurgia para que eles se sintam seguros e possam transmitir esta segurança para o seu filho.
b) NÃO MENTIR, NEM ESCONDER do seu filho o que será realizado, mas também não entrar em detalhes que ele não possa compreender ou que possam assustá-lo. Exemplo: evitar o uso da palavra “cortar”.
c) Mostrar para a criança as vantagens da cirurgia que ela compreende. Exemplo: não terá mais dores no local da hérnia, poderá voltar a jogar bola, andar de bicicleta, etc.
OS PAIS PODEM ASSISTIRA CIRURGIA?
Durante o ato cirúrgico não é permitido a permanência dos pais para diminuir os riscos de infecção e evitar transtornos à rotina da sala cirúrgica.
Na recuperação Pós-Anestésica os pais podem e devem permanecer ao lado da criança, tranquilizando-a e auxiliando-a na alimentação após estar bem acordada.
COMO É FEITA A CIRURGIA?
A não ser que o paciente seja prematuro, de baixo peso ou tenha outras doenças, a cirurgia será feita de maneira ambulatorial. Isto quer dizer que o paciente não precisa ficar internado ou passar a noite num quarto de hospital, evitando assim uma maior separação do ambiente familiar e diminuindo os riscos de infecção.